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 RESPONDER AOS "NÃO" QUE A VIDA NOS DÁ
Encontramos pessoas inseguras, demasiadamente ansiosas, sonhadoras e emocionalmente confusas em nossa vida, e muitas vezes não sabemos como nos relacionar com as mesmas, sem nos desgastar ou permitir que invadam nosso espaço vital. É aquela colega do trabalho que se sente ofendida ao receber uma simples recusa para almoço, um parente querido que não perdoe sua ausência na festa de aniversário, e por aí vai... Nestes casos é importante observar que apesar do outro precisar e talvez merecer ajuda, é fundamental que você, leitor, tenha consciência que está pronto e tem condições para doar esta ajuda. Caso contrário, não o faça. Antes de tudo “dê” ou “peça” (psicoterapia) proteção, segurança, potência a si mesmo, só então você tem permissão para ir ao encontro de alguém e doar. Porém, o presente artigo refere-se ao outro lado da moeda... Por mais seguros e bem resolvidos que estejamos todos nós temos alguns pontos frágeis, e quando tocados reagem ocasionando dor. Dependerá de uma boa utilização de seus recursos psíquicos para que saiam com maior facilidade e rapidez de situações dolorosas. Porém, é comum encontrar pessoas com dificuldade de lidar com determinadas frustrações, fato que muitas vezes ocasiona depressões profundas. Geralmente trata-se de pessoas que aparentemente que sabem lidar razoávelmente com seus problemas e dificuldades do dia-a-dia, mas ainda não possuem controle emocional definido com os “NÃO” que recebe. Vale lembrar, que o primeiro momento que nos deparamos com a frustração é na infância, pois começam as exigências, tais como compartilhar o brinquedo com o amigo ou a atenção dos pais com o irmão. Crianças poupadas de frustrações, atendidas prontamente a qualquer solicitação, enfim que raramente ouviram a palavra “NÃO”, demonstram imensa dificuldade de “digerir” ou aceitar ou o ponto de vista do outro (descentrar), até mesmo quando se tornam adultos. Isto ocorre porque não aprenderam na fase ideal do desenvolvimento cognitivo e afetivo, que nem tudo na vida é ou pode ser da maneira que queremos, que gostaríamos que fosse, ou que queríamos conquistar. Há momentos que a vida sinaliza, exige que façamos curvas ou peguemos atalhos para nos desviar de situações perigosas ou amargas, e fica impossível seguir reto. “Não é rigidez, é fluidez!” Portanto, o crescimento e amadurecimento psíquico dependem também de nosso contato com a frustração, afinal ela é fundamental para tirar a pessoa de seu “mundo encantado” e permitir que caminhe no mundo real, onde além do belo, do doce, da bondade, do “e foram felizes para sempre”, abriga também o seu oposto, o ruim, o feio, a maldade, as brigas, desilusões e separações. Afinal, onde existe vida existe morte. Tudo tem seu oposto. E porque não perceber que morrer nada mais é que re-nascer? Isto não quer dizer que é preciso ficar contente ao receber as recusas, é importante saber nos poupar. Ao aceitar os outros com suas diferenças e opiniões divergentes, demonstra apenas reduzimos nosso nível de ansiedade, que não exigimos que sigam um padrão que acreditamos ser o correto (exceto as leis convencionais obviamente), e não ficamos mais a espera de atitudes ou gestos dos outros para nos satisfazer. É também a partir dos NÃO que a vida nos dá, que aprendemos a reagir, nos defender, nos proteger e a buscar a garra e valentia para superar os dramas, perdas, conflitos, decepções, traumas, amarguras que se apresentam repentinamente, nos sacudindo quando nos encontramos em plena primavera emocional! Viver o aqui e agora, conscientes de nossas conquistas, decepções vivenciadas, aceitando que muito temos a aprender, com humildade e ousadia, procurando a sabedoria necessária para alcançar o equilíbrio, certamente viveremos um outono emocional extremamente compensador. Lilian Nakhle Psicoterapeuta Junguiana Livros Publicados: Anjos não Tiram Férias! Ceo, o Anjinho! LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 13/05/2009
Alterado em 22/07/2011 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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