Lilian Nakhle

"Faltam palavras para o que a gente sente...Sobra emoção no que a gente vive. Seja bem vindo ! ! !"

Textos


         Adoção Homoafetiva    (parte 2)
 
 
 
O mundo globalizado trouxe grandes mudanças na convivência, nos relacionamentos em geral e isto ocasiona nova demanda nos consultórios psicológicos.
A busca do prazer imediato, a ansiedade em cumprir metas, o consumismo exacerbado, a necessidade de cumprir novos papéis fazem com que psicoterapeutas, psicopedagogos, pedagogos, neuropsicólogos direcionem um novo olhar sobre as novas emoções e sentimentos de seus pacientes.
A proposta de adotar é compreendida como um ato de amor incondicional, reconhecendo que existem perfeitas condições para doar o melhor de si a alguém que nunca conheceu, é superar e enfrentar corajosamente quaisquer muros.
Novamente citando Maria Berenice Dias, Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, uma das maiores autoridades e conhecedores sobre o tema ensinam:
 
 “As relações sociais são marcadas pela heterossexualidade, e enorme é a resistência em aceitar a possibilidade de homossexuais ou parceiros do mesmo sexo habilitar-se para a adoção. São suscitadas dúvidas quanto ao sadio desenvolvimento da criança. Há a equivocada crença de que a falta de referências comportamentais de ambos os sexos possa acarretar seqüelas de ordem psicológica e dificuldades na identificação sexual do adotado. É sempre questionado se a ausência de modelo do gênero masculino e feminino pode eventualmente tornar confusa a própria identidade sexual, havendo o risco de o adotado tornar-se homossexual. Também causa apreensão à possibilidade de o filho ser alvo de repúdio no meio que freqüenta ou vítima de escárnio por parte de colegas e vizinhos, o que poderia acarretar perturbações psicológicas ou problemas de inserção social.
Essas preocupações, no entanto são afastadas com segurança por quem se debruça no estudo das famílias homoafetivas com prole. As evidências trazidas pelas pesquisas não permitem deslumbrar a possibilidade de ocorrência de distúrbios ou desvios e conduta pelo fato de alguém ter dois pais ou duas mães. Não fora, constatados quaisquer efeitos danosos ao normal desenvolvimento ou à estabilidade decorrentes do convívio de crianças com pais do mesmo sexo. Também não há registros de danos sequer potencial ou risco ao sadio estabelecimento dos vínculos afetivos. Igualmente nada comprova que a falta do modelo heterossexual acarreta perda de referenciais a tornar confusa a identidade de gênero.
Diante de tais resultados, NÃO há como prevalecer o MITO de que a homossexualidade dos genitores gere patologias nos filhos.
Nada justifica a estigmatizada visão de que a criança que vive em um lar homossexual será socialmente rejeitada ou haverá prejuízo a sua inserção social. Identificar vínculos homoparentais como promíscuos gera a FALSA IDÉIA de que não se trata de uma ambiente saudável para o seu bom desenvolvimento. Assim, a inexistência em rejeitar a regulamentação da adoção por homossexuais tem por justificativa indisfarçável PRECONCEITO.
A desembargadora enfatiza:
São preconceituosos os escrúpulos existentes. Por isso, urge revolver princípios, rever valores e abrir espaços para novas discussões. “É chegada a hora de acabar com a injustificável resistência a que indivíduos ou casais homossexuais acalentem o sonho de ter filhos”.
 
Inúmeros casais homossexuais procuram auxílio psicológico, pedagógicos, psicopedagógico, neuropsicológicos demonstrando preocupações em ofertar o devido conforto emocional para seus filhos ou para aqueles que ainda estão à espera da obtenção da guarda.
A grande maioria deles são pessoas realmente especiais no que se refere a caráter e realmente confirmam com seus comportamentos e atitudes que o que dignifica uma pessoa não é a opção sexual que possui, mas sim o caráter, a idoneidade e o cumprimento de seus deveres de cidadão.
Diante do exposto concluímos que o ato de adotar uma criança ou adolescente vai muito mais além da orientação sexual de quem pretende fazer isto, ocorre que o estilo de vida e expectativas dos homossexuais não vai ao encontro de uma “sociedade altamente preconceituosa e esquecida” do significado de “valores”, como respeito, dignidade, amor ao próximo, humildade, honestidade e outros.
 
 
 
 
Lilian Nakhle
Neuropedagogia / Psicoterapia
LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 04/11/2011
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