Lilian Nakhle

"Faltam palavras para o que a gente sente...Sobra emoção no que a gente vive. Seja bem vindo ! ! !"

Textos


   “Fatores que influenciam a escolha amorosa”
 
Existem causas inconscientes que determinam as escolhas amorosas que fazemos na vida adulta. São vivências que preenchem o nosso psiquismo, nossos sonhos, desejos e expectativas. Estas vivências ocorrem na infância e algumas experiências (sejam frustrantes ou gratificantes) ficam impressas (marcadas) na memória. Assim inúmeras vezes somos atraídos por uma pessoa imaginando que temos afinidades em comum quando na verdade são apenas aspectos que temos consciência que conhecemos. Na realidade nossas escolhas são feitas inconscientemente e são determinadas por quem foi o nosso objeto de desejo na infância e através do qual certas qualidades se tornaram importantes e significativas nas nossas escolhas. Muitas vezes quando a escolhemos um parceiro amoroso, cuidador, atencioso, exigente e questionador, não percebe que este pessoa é exatamente igual a quem foi o seu objeto de desejo um dia (pai – mãe) e através do qual tais características foram extremamente importantes para as nossas escolhas. Através do contato com os pais, que ao nascer, cercam de cuidados, o bebê começa a adquirir noção de si mesmo. Nestas primeiras relações com as pessoas que exercem as funções de pai e mãe, que vai se constituir um ser, não apenas biológico, mas um ser que sente capaz de pensar e se expressar, de simbolizar, de amar e se inserir na sociedade. Logo após o nascimento e nos primeiros contatos com a mãe a criança não percebe que é um ser diferenciado da mesma. É paulatinamente que essa diferenciação vai acontecendo e é quando a noção de “EU” vai se formando e a criança vai começar a pensar em si como um ser uno, diferenciado, que pressupõe uma identidade. É durante a amamentação (quando acaba o desconforto da fome) que tem início o processo de formação da identidade. O laço afetivo é estabelecido e a mãe tem prazer, sente-se gratificada ao suprir as necessidades do filho. O bebê sente a mãe como um ser nutriente, porque está disponível para segurá-la, ou porque lhe amamenta quando ele tem fome e isto faz com que se identifique com o aspecto nutriente da mãe. Mas o bebê pode sentir a mãe intrusiva quando é solicitada a mamar nos horários determinados e pode ocorrer uma identificação com esse aspecto intrusivo da mãe. Há casos em que este aspecto intrusivo e exigente da mãe pode ser determinante na formação da personalidade quando adulto. É importante saber que todas as experiências emocionais significativas, vividas na infância deixam uma marca na memória (sejam gratificantes ou frustrantes) e inconscientemente, influenciam nossas escolhas amorosas. São essas vivências que vão preenchendo o psiquismo de um ser, seus valores, seus sonhos, seus desejos e expectativas. É comum nos aproximarmos de uma pessoa pensando que existe afinidade de gostos, uma vez que ambos gostam, de praticar determinado esporte, de ir ao o cinema, mas estes são os aspectos da “escolha” que temos consciência, que conhecemos. A real razão da escolha não é consciente e certamente procuramos alguém por ser acolhedor, exigente e intrusivo, exatamente como alguém que foi objeto do meu desejo um dia (pai – mãe) e através do qual estas qualidades se tornaram significativas nas minhas “escolhas”. A forma como menino e menina lidar com a frustração, as angústias, a raiva e a inveja, e o ressentimento causado por ela, vai influenciar seu desenvolvimento emocional. O mundo interno, emocional das pessoas precisa estar em harmonia para que realize escolhas e tome decisões sensatas, caso contrário às decisões serão desastrosas e a ansiedade sempre estará presente. Relembrar nossa infância e identificar nossos medos, angustia, raivas, alegrias, afetos é fundamental para nos conhecermos e viver mais tranquilamente, além de realizar escolhas mais acertadas. Este processo é realizado durante a psicoterapia cujo objetivo é diminuir o sofrimento, favorecer conhecimento de si, ampliando a noção do mundo e das pessoas. Ao falar sobre o que sentimos, sobre o que nos faz sofrer e ao mesmo tempo nos ouvindo, percebendo a maneira como descrevemos o que temos de mais intimo e a forma como isso é demonstrado para uma outra pessoa (o analista) favorece o encontro de nossos recursos emocionais que antes desconhecíamos e que geralmente nos ajudam a resolver os problemas do cotidiano com maior clareza e assertividade.

Lilian M. Nakhle
Neuropedagogia/PsicoterapiaJunguiana/
Psicopedagogia
Contato: (11) 99645.4466
LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 31/07/2014
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