Lilian Nakhle

"Faltam palavras para o que a gente sente...Sobra emoção no que a gente vive. Seja bem vindo ! ! !"

Textos




                   “O Verdadeiro Amor Não Dói!"

Quando um relacionamento amoroso acaba e ocorre a separação, somos impelidos a mudar nosso foco de atenção. Retornamos para dentro de nós e passamos a enxergar fatos que antes negávamos.


Este processo é na maioria das vezes doloroso, porém nos propicia um imenso crescimento interior que não imaginávamos experimentar.

Tal crescimento se faz necessário para evitar a busca de outro parceiro idêntico ao anterior, pois as pessoas que atraímos apenas nos revelam aquilo que realmente somos. E, podemos dizer que são o nosso reflexo.

Se nossa auto-estima é baixa, buscaremos sempre no outro o nosso contra ponto.

Freud afirma que até os sete anos decretamos o papel que vamos viver na vida, e que todo homem que trás uma relação mal resolvida com sua mãe, poderá ter um casamento confuso, complicado.

A famosa frase:“Todo homem, no fundo, procura uma mãe e por isso não se casa com uma menina de vinte anos",revela que o homem busca a menina para viver alguns momentos. Ele experimenta, vivencia o momento de caçador para suas aventuras, mas busca a mulher “mãezinha” para casar, para ser aquela com quem viverá para o resto da vida, pressupondo que a mesma atenderá suas necessidades físicas e emocionais.

Ao superar conflitos interiores, reconhecendo quem realmente somos, dispensando disfarces, é possível compreender que o prazer numa relação amorosa implica em ter consciência de nossa verdade interior. A grande sacada para um relacionamento saudável é reconhecer quem sou, onde estou, quais são meus pontos fracos e fortes, quais são as minhas fantasias. Raramente o ser humano está em seu presente, a maior parte do tempo está no seu passado ou no seu futuro, e na verdade é necessário viver o aqui e agora e não ficar amarrado no passado ou projetando sua felicidade no futuro.

Devido a este inadequado padrão de pensamento, a maior parte das pessoas acha que o grande amor é ilusão e que apenas o seu vizinho é merecedor de viver um grande amor. Isto porque ao desconhecer seu poder interior, não se dão conta que a fonte de amor está dentro de si. Ao contrário, esperam que o outro venha lhe fazer feliz, que o outro venha atender seus desejos.

Ao conviver com a solidão, é comum as pessoas atribuírem à pessoa desejada a responsabilidade pelo seu bem estar:

- “Preciso de alguém que seja confiável”

- “Preciso de alguém que tenha o meu nível cultural e social!“

Fica evidente que na maioria das vezes não se fala nada sobre o outro, não se pensa nele, apenas o pedido que corresponda às suas expectativas é importante.

Assim, não se ama o outro como ele realmente é, mas sim como gostaríamos que fosse.

Uma das formas de ampliar a consciência é mudar algumas atitudes em nós mesmos, buscando um novo padrão de pensamento e entrando em nova sintonia,assim atrairemos o que realmente desejamos, uma vez que a fonte somos nós,destruindo a crença de que a minha felicidade está em poder de outra pessoa.

Ao descobrir que o outro me faz feliz porque me faz crescer, percebemos o quanto é gostoso brincar de viver (Guilherme Arantes).

Conscientes de que ninguém tem o poder de nos fazer felizes ou infelizes sem a nossa permissão, podemos iniciar um novo ciclo reconhecendo que nada é mais prazeroso que um amor saudável, descontraído e principalmente sem dores. Afinal, o verdadeiro amor não dói, quando dói não é amor, é apego.


Lilian Nakhle
Escritora
Psicoterapeuta Junguiana

LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 08/09/2008
Alterado em 22/07/2011
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