“O Poder de Amar Nasce Quando...” E por mais estranho que possa parecer, a incapacidade dos alunos descentrarem (sair de seu ponto de vista e colocar-se no ponto de vista do outro) é extremamente difícil. Quando realizo estudos com crianças de 3 a 7 anos, fica tudo muito claro, pesquisas e estudos comprovados por Jean Piaget, Vigotsky, Wallon, demonstram como é o pensamento de crianças nesta faixa etária: Egocêntricas (são elas o centro das atenções e do mundo) Possuem Pensamento Lógico, que é só delas (“Chove porque estão lavando o céu!” ou “O trovão é porque estão arrastando as cadeiras e mesas láááá do céu..”) Dão vida a seres inanimados (“Minha boneca fez xixi de verdade e molhou toda a cama...” ou “Minha bola de futebol ta machucada, coitada dela...” Reativas e por vezes egoístas (não sabem compartilhar seus brinquedos). Porque nascemos maniqueístas, crianças não conseguem enxergar o meio bonzinho ou o meio ruinzinho...Ou tal pessoa é RUIM (por alguma atitude negativa), ou é BOAZINHA (por alguma atitude positiva para esta criança).Não existe meio termo. É extremamente autêntica e sincera, sabemos que podemos confiar na opinião de uma criança.Jamais ela dirá que você está linda igual a XUXA se o que vê a sua frente é uma mulher deprimida, raivosa ou descabelada. A arte de conviver com estes "pequenos" seres humanos gigantes emocionalmente, nos oferece o privilégio de com eles APRENDER tudo aquilo que deletamos de nosso cérebro com nosso “desenvolvimento e evolução”, para podermos nos adequar numa sociedade vigente. Porém, é um terrível ENGANO imaginar que meus alunos (que admiro, respeito e agradeço a compreensão), pertencentes ao Ensino Médio, Suplência e Universidade ao deparar-se com a necessária e imprescindível troca de opiniões ou debates, comportem-se de forma diferente das crianças de 3 à 7 anos. A grande maioria atualmente, nem sempre demonstram vontade de mostrar seus pontos de vista sobre o tema ou matéria tratada (apesar de demonstrarem-se motivados na maioria das vezes), e aquela minoria interessada, demonstram grande dificuldade em “Descentrar”. Eis a questão... Descentrar! Observando o fato comecei a questioná-los sobre qual seria o motivo desta imensa dificuldade, e o tema ampliou de tal forma que repentinamente a "descentração" foi geral e irrestrita! Uma aula de Psicologia Analitica transformou-se numa saudável terapia de grupo. Sinceramente foi necessário abordar estas questões para iniciar tema do referido artigo: “O Poder de Amar nasce quando...” Seria tão bom se tivéssemos respostas prontas e setas indicando este momento... Mas, quem somos nós? Somos nós o amor? Se nós somos o amor, somos este PODER de amar que nasceu no exato momento em que ocorreu uma comum-união. Naquela corrida onde fomos “Vencedores”, conseguimos chegar ANTES de todos os outros óvulos e espermatozóides. Então, chegamos com nossa carga genética, prontidões e aptidões . Durante nossa infância e adolescência fomos recebendo e por vezes deletando mandantos, crenças... Assim, lentamente foi delineando-se nossa personalidade e o modo peculiar de ser e sentir a vida. Ter consciência que cada um de nós recebeu e trouxe para a vida adulta Potencias, Permissões e Proteções é uma das maiores conquistas com as quais escrevemos nossa história de vida. Podemos afirmar que acima de tudo aprendemos "errando", levantamos "caindo" e nossas defesas cedem espaço para a humildade de perdoar. Entretanto, deixo a pergunta: Será possível “Poder Amar Alguém” sem nos colocarmos no lugar dela? Sem nos descentrar? Afinal, agora já somos “Gente Grande” e nossa criança vive no peito guardada... Traga sua resposta! Lilian Nakhle Gente Psicoterapeuta Junguiana Psicopedagoga / Escritora LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 25/11/2008
Alterado em 19/08/2010 Copyright © 2008. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |