"O Tempo me Guardou Você (2)" Se ao ler este titulo, você amigo leitor, pensou encontrar mais uma poesia... Acertou em parte! Foi uma poesia comum, mas depois de insistentes soluços mentais foi traduzido para o presente artigo. Muitos de nós recebemos certos mandatos ou ensinamentos em nossa infância que nos acompanham por muito tempo e, caso não fiquemos atentos, podem fazer parte de nossa historia de vida eternamente. É exatamente aí que a coisa pega, que trava nossa evolução emocional. Uma das coisas que ouvimos quando crianças e que encontraremos nossos príncipes ou princesas e com eles viveremos ate que a morte nos separe. Os contos de fadas traduzem algo pior ainda... "Viveremos felizes com nosso parceiro (a) ate que a morte nos separe." Tudo inserido numa sociedade controladora, repressora e infelizmente ainda altamente preconceituosa, que condiciona casais a constituir uma família o mais rápido possível, afinal, se casados o que esperam para receber o primeiro filho? Na seqüência, questionam-se quando vira o segundo e por ai vai... Será que as emoções e o amor são valorizados adequadamente ou ficam abaixo das convenções impostas? Até que ponto pessoas acima dos 40 anos, que estão solteiras, divorciadas, viúvas, há mais de 10 ou 20 anos estão sozinhas por opção e extrema lucidez? Refiro-me à lucidez e clareza mental, por sentirem que o amor absoluto não precisa de certificado de garantia, e muito menos permite comprometer um relacionamento com projeções e frustrações vivenciados em relacionamentos anteriores. É raro, mas existem pessoas que acreditam e vivem o amor absoluto, pessoas conscientes que amor não é algo que a gente pega, que a gente guarda num potinho e obviamente junto com ele vai o objeto de desejo, a tal pessoa amada. E são estas pessoas que desistiram de ficar procurando os príncipes e princesas da vida... São pessoas que aprenderam de alguma maneira, talvez até com dores de amores com as frustrações ou tombos que levaram, ao perceberem que o faz de conta não existe. Mas, buscaram forcas para prosseguir na sua busca de forma saudável, livres dos mandatos do passado. Trata-se de uma busca interior, de harmonia consigo, com seus propósitos e ideais de amor absoluto. A busca de um amor forte, valente, delicado, de um amor que não trai que sabe doar sem esperar... A busca de um amor amigo e cúmplice, que a gente encontra bem aqui... Dentro da gente! Então, fica fácil aprendermos a amar a nos mesmos! Fica prazeroso levar a gente mesmo ao cinema, temos vontade de ficar em nossa companhia (óbvio que pelo tempo ideal, pois amigos são imprescindíveis), e percebemos que não é preciso de príncipes ou princesas para nos fazer feliz. Mas, certamente serão muito bem vindos no momento exato. E, de repente a gente percebe que aquele amor que merecemos receber para compartilhar, que por tantas vezes sonhamos e pensamos que não chegaria mais... Apenas ficou guardado. Mas, não dentro de um potinho... O tempo me guardou você! Lilian Nakhle Gente Psicoterapeuta Junguiana Autora de "ANJOS NÃO TIRA FÉRIAS" E "CEO, O ANJINHO" LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 22/08/2009
Alterado em 22/07/2011 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |