Lilian Nakhle

"Faltam palavras para o que a gente sente...Sobra emoção no que a gente vive. Seja bem vindo ! ! !"

Textos


                       Relacionamento Mãe e Filha:
    Um Mundo Saudável, Confuso ou Frustrante?   (Parte 1)
      

Independentemente da idade a grande maioria das mulheres fica preocupada ao perceber que poderá ficar igual à sua mãe em pensamentos e ações. Aos trinta, quarenta, cinquenta, sessenta ou mais, nós mulheres começamos a questionar vários aspectos desta relação. Mesmo aquelas que gostam de pensar que são parecidas com a mãe, não querem ser idênticas a ela; e as mulheres que vivenciam um relacionamento frustrante e conflituoso ficam chocadas ao perceberem que está repetindo as condutas maternas sem se dar conta.
Trata-se de um relacionamento extremamente significativo uma vez que a influência que recebemos de nossas mães existe e prossegue com a gente mesmo que você não reconheça. As filhas conduzem suas vidas a partir do modelo de sua mãe, seja de forma oposta ou parecida. Isto acontece por conta dos genes semelhantes, aspecto biológico, e ainda de identificação.
A começar pela semelhança dos corpos de mãe e filha e da maneira que ambas lidam com questões femininas ao longo da vida: desenvolvimento dos seios, menstruação, sexualidade, concepção de filhos, menopausa. As filhas questionam e observam suas mães sobre estes momentos para saber vai proceder quando estes momentos chegarem. A forma como a mãe lida com os homens, com os amigos e familiares são observados pelas filhas, seja para fazer igual ou para proceder de maneira extremamente diferente ou oposta.
O referencial materno existe.. É fundamental para o desenvolvimento saudável de todas as mulheres, e por este motivo deve ser delicadamente examinado, afinal até mesmo a forma como a mãe se veste e como fala são modelos. Este foi o primeiro relacionamento importante que tivemos na vida e não há como negar esta influência. O que passamos com nossa mãe ajudou a formar a visão que temos do mundo e, principalmente, a visão de nós mesmos. Não existem sentimentos neutros em relação à mulher que nos gerou e criou. Cada mulher tem ou teve uma experiência singular com a mãe, e “todas” precisam lidar aprender a lidar com os sentimentos confusos em relação a sua mãe.
Por que a mãe tem poder sobre nós?
Simplesmente porque era ela quem dizia se estávamos agindo certo ou errado. Éramos recompensadas ou punidas de acordo com o seu julgamento. Não havia como fugir dele, independentemente deste julgamento ser justo ou coerente. Nossos comportamentos eram definidos como positivos ou negativos de acordo com seus conceitos. E tudo isto ocorreu quando nosso cérebro estava ainda em formação, nosso raciocínio estava em pleno desenvolvimento.
Foi nossa mãe quem observou nossos dias de temores, de alegrias, de alteração de humor. Crescemos pensando que era ela quem nos conhecia de verdade, e acreditávamos que éramos como ela dizia. Mesmo diante de sentimentos de raiva ou medo das punições recebidas aprendemos a não reconhecer isto em nós porque era ela quem tinha razão, e devíamos respeitar.
A “voz da mãe” vive em nossas mentes porque ela foi o nosso mais importante referencial de vida. Esta voz é a que nos julga diariamente até hoje. Nossa mãe influenciou nosso pensar, e passou a imaginar que nos conhecia “perfeitamente”.
Infelizmente muitas mulheres não aprenderam que são pessoas independentes porque prosseguiram aprisionadas nos ensinamentos da infância quando a voz da mãe era sempre o verdadeiro e o mais importante.
Cabe a nós olhar para nossa mãe sem enxergar a “Deusa” ou a mulher “perfeita”. Precisamos aprender a tirar a venda dos olhos e ver esta pessoa como um ser humano com defeitos e qualidades, com erros e acertos.
Não podemos prosseguir “gostando” ou “respeitando” só pelo fato dela ser nossa mãe. Ela não é a “mulher maravilha”, ela também tem receios, angustias, dramas emocionais, etc. Ela também não sabe resolver alguns problemas, também é fraca diante de certas situações. Existe uma teia que envolve pontos complexos, que prende e precisa ser desfeita para que a filha encontre a sua identidade única e verdadeira. Só assim terá condições de viver e conviver sem culpas, sem necessidade de aprovações, sem a obrigação de ser bondosa e meiga diante de situações de confronto.
Afinal, a vida é sua. A vida é agora. Chegou a sua vez!
 
Lilian Nakhle
Neuropedagogia/Psicopedag.
Terapia
 
lilocanakhle@hotmail..com
Cel: 9645.4466
 
LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 23/04/2012
Alterado em 04/08/2012
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