O Drama da Rejeição
“O Drama da Rejeição”
Aprender a lidar com a dor é matéria obrigatória em nossa história de vida, infelizmente independe da nossa vontade o seu aparecimento.
A dor de castelos de amor desmoronados e contos de fadas idealizados desfeitos quem não experimentou? Eu experimentei e não foram poucas as vezes. São inúmeros os casos que conheço e percebo que na maioria das vezes a pessoa constrói um castelo de sonhos e quer que seu amado caiba neste sonho e faça parte do cenário e obviamente sob a sua eterna proteção. E assim viver um projeto de vida por ela idealizado afinal têm gostos parecidos, andar de mãos dadas com esta pessoa é fascinante, a sensação daquele frio no estomago ao encontrar o parceiro é deliciosa e talvez igual ao sabor daquele brigadeiro tão desejado.
E de repente acaba o romance e o parceiro simplesmente o dispensa e desiste de realizar o tal projeto idealizado tempos atrás.
Então o fato desta pessoa não querer mais estar junto e questionar seus sentimentos faz com que o outro experimente uma dor inevitável porque agora é preciso acreditar que o castelo e a história escrita não passavam de ilusão. Assim tem início o desespero e muitos dias de amargura seguidos de inúmeras acusações como se assim a dor tivesse fim. Ser rejeitado ou abandonado fere profundamente a vaidade e uma pessoa e frustra a fantasia: “Como alguém pode não gostar de mim ou deixar de me amar depois de tudo o que vivemos?”. O narcisismo é machucado e aquela ideia (fantasia) de ser totalmente querido se desmorona. A ferida sangra, a dor aumenta e acusar o outro não adianta, não alivia. Depois de certo tempo o choro e o papel de vítima apenas afastam os amigos, afinal é cansativo ouvir sempre a mesma coisa. É preciso encarar o fato de frente, de peito aberto ainda que castigado, machucado e aceitar que não foi o outro que o feriu, mas sim o desejo de seu ego de prender uma alma que assim como a sua, tem desejos. Talvez o parceiro que ainda deseja estar junto e se sente massacrado não tenha amado o outro, mas sim idealizado um amor, uma relação e precisar desistir deste projeto é doloroso demais porque não aprendemos a desamar. É complicado entender o porquê de o amor acabar. Procuro mostrar caminhos para as pessoas se libertarem deste sofrimento e para isto é preciso aprender a perceber o outro. Para isto é necessário mudar o olhar porque gostar do outro, fazer planos para o futuro, planejar nossa vida amorosa com alguém não significa que o parceiro idealize ou queira as mesmas coisas. O fundamental e mais necessário é aprender a desapegar, a querer a paz e serenidade do outro. Os sentimentos não são equivalentes necessariamente. Perceber que o que dói na realidade é quebra de uma aliança com a qual tentava prender o parceiro e o amor não correspondido não passa nem perto desta dolorosa sensação. É possível enfrentar esta dor sem tanto sofrimento aceitando o fato de ter vivenciado um relacionamento saudável, lembrando que foi amado e amou uma pessoa que foi importante e especial em sua vida e que este relacionamento teve um fim como tudo na vida, como o fim de um trabalho ou de uma viagem. Agradecer os bons momentos vividos, encarar que foi um aprendizado, uma evolução, e sem alardes e exageros perceber que a dor vai acabando. Este é um processo que necessita de atenção constante. Perceber como é a sua relação com o outro, se você exige a mesma atenção que doa se busca aprovação ou reconhecimento. Compreender que é preciso que uma etapa acabe para que outra comece e aprender a lidar com as surpresas e mudanças da vida. É possível lidar com a emoção através da razão. Aprender a amar é um processo que pode envolver dores, exigir empenho, coragem, exercitar o desapego e acreditar que deixar o parceiro viver sua liberdade é o início da arte de saber amar. Cabe citar o inesquecível escritor Arthur da Távola: “O amor é apenas um sentimento”. Mas saber amar é uma criação, uma estética do amor. “Saber amar tanto é a flor na hora certa, como o presente fora de hora ou a compreensão do desamor, do cansaço e dúvida passageira.” “Nada é pior que a desistência de quem sabe amar, do que o ferimento ou a indiferença provocado em quem sabe amar”. Quem ama tolera ser maltratado. Quem sabe amar, jamais. Quem ama, quando cansa, pode voltar amar. Quem sabe amar, quando desliga é para sempre. É mais fácil afrontar a quem ama (um estado no quais todos ficamos meio sem caráter) do que a quem sabe amar. “Este conhece tanto a importância de seu sentimento, que quando o retira machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre.” Cuidado com quem ama! Mas cuidado maior com quem sabe amar! Lilian Maria Nakhle Autora de livros: “Anjos não tiram férias” e outros. Neuropedagogia/ Psicopedagogia/ Psicoterapeuta Junguiana LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 20/05/2015
Alterado em 20/05/2015 Copyright © 2015. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |