"É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?"
“manual do poliamor”
O maior inimigo do poliamor não é o sexo com outra(s) pessoa(s) e sim a quebra da confiança. O sexo é uma força positiva se aplicada com honestidade, responsabilidade e verdade.
Não é preciso atender a todas as necessidades do parceiro. Deve-se apenas ajudá-los. Se sua esposa ama ópera e você não gosta, outro parceiro pode ser uma companhia melhor que você.
O amor é um recurso infinito. Ninguém duvida de que você possa amar mais de um filho. Isso também se aplica aos amigos.
O ciúme não é inato, inevitável e impossível de superar. Mas é possível lidar muito bem com o sentimento. Os poliamoristas criaram um novo termo oposto a ele: “compersion” (algo como “comprazer” em português). Trata-se do contentamento que sentimos ao sabermos que uma pessoa querida é amada por mais alguém.
O amor deve ser incondicional, sem seguir proposições como “eu te amo somente se você não amar outra pessoa” ou “desista de todos os outros”. A relação monogâmica não dá garantias de que não irá se mar mais alguém ao longo da vida.
Os poliamoristas acreditam em investimentos emocionais de longo prazo em seus relacionamentos. Vale lembrar, que como na monogamia, o objetivo nem sempre é alcançado no poliamor.
Segundo suas crenças, eles representam os verdadeiros valores familiares. Têm a coragem de viver um estilo de vida alternativo que, embora condenado por parte da sociedade, é satisfatório e recompensador.
De acordo com o psicanalista Flávio Gikovate, se o casal acha que é importante cada um ter outros parceiros, tudo bem, desde que seja uma decisão consensual. Mas esta não é uma tendência segundo o psicanalista. A monogamia pode ser cultural também, mas passa a ser um desejo a ser um desejo coletivo quando todo mundo valoriza e espera que seu casamento seja “fiel”, diz a antropóloga Mirian Goldenberg, autora do livro “Infiel”. Estudos realizados por David Barash, zoólogo e um dos autores do livro “O Mito da Monogamia”, o fato é que as pessoas amam, sim, mais de um indivíduo ao mesmo tempo. Mais de 85% das sociedades humanas são polígamas (o homem tem mais de uma parceira), por exemplo, e muitos homens claramente são capazes de estabelecer relações amorosas com mais de uma mulher. Similarmente, entre as sociedades poliândricas (a mulher tem mais de um parceiro), elas freqüentemente reportam boas e amorosas relações com cada homem. Até mesmo nas sociedades em que a bigamia é ilegal é muito comum os adultos manterem múltiplas e razoavelmente bem-sucedidas relações, afirma o zoólogo.
Gente! Agora, vamos pensar juntos? O que é que você está procurando? O que espera encontrar? Você está buscando um sentimento ou uma pessoa? Busca um sentimento e um relacionamento equilibrado e feliz? Vocês sabem que isto não existe na realidade e que nenhum ser humano possui. O mundo contemporâneo em que vivemos pede e implora apenas e tão somente AMOR e COMPAIXÃO. E nós o que fazemos? Nós exercitamos o poder de complicar o ato de amar. Que tal pensar simples, fazer simples e amar simples?
"Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida.” (Carlos Drummond de Andrade)
Lilian Nakhle Psicoterapeuta/Escritora
(Ref. Bibliog.: Revista Galileu, Edição out.07
LilianNakhle
Enviado por LilianNakhle em 05/10/2007
Alterado em 22/07/2011 Copyright © 2007. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |